O concreto convencional é um dos materiais mais tradicionais da construção civil, sendo amplamente utilizado em projetos de diferentes portes. Seu uso é associado principalmente à simplicidade na preparação, ao custo acessível e à facilidade de execução no próprio canteiro de obras. Entretanto, compreender suas características, limitações e as melhores práticas de aplicação é essencial para garantir que o material atenda aos requisitos do projeto de forma segura e eficiente.
Neste artigo, você entenderá o que é concreto convencional, como ele é produzido, suas principais características, vantagens, desvantagens e onde costuma ser empregado.
O que é concreto convencional
O concreto convencional é produzido pela mistura de cimento, areia, brita e água, sendo preparado diretamente no canteiro de obras. Diferente do concreto usinado, que é fornecido por centrais dosadoras com controle rigoroso de qualidade, o concreto convencional depende do conhecimento da equipe de obra para realizar a dosagem correta dos materiais.
Esse tipo de concreto exige um processo manual tanto na preparação quanto na aplicação e, por isso, requer atenção redobrada na proporção dos materiais, na mistura e no adensamento para garantir o desempenho adequado.
Características do concreto convencional
Composição
O traço do concreto convencional normalmente inclui os seguintes materiais:
- Cimento (agente ligante)
- Areia (agregado miúdo)
- Brita (agregado graúdo)
- Água (responsável pela hidratação do cimento)
A quantidade exata de cada material pode variar conforme a resistência desejada, o tipo da obra e as recomendações técnicas do projeto.
Aplicação
O concreto convencional é lançado manualmente nas formas e exige o uso de vibradores para realizar o adensamento. Esse processo é fundamental para eliminar bolhas de ar e garantir que o concreto preencha adequadamente todos os espaços, evitando falhas estruturais.
Processo de cura
Após a aplicação, o concreto convencional precisa passar pelo processo de cura, que consiste em manter sua superfície úmida por, no mínimo, sete dias. Esse procedimento é indispensável para que o cimento complete seu processo de hidratação, o que impacta diretamente na resistência final e na durabilidade do material.
Vantagens do concreto convencional
- Facilidade de produção no próprio canteiro, sem depender de fornecedores externos
- Menor custo inicial em relação a concretos industrializados, especialmente em pequenas obras
- Materiais amplamente disponíveis no mercado local
- Flexibilidade na dosagem, podendo ser ajustada conforme a necessidade específica do projeto
- Aplicação relativamente simples, desde que observados os cuidados técnicos
Desvantagens do concreto convencional
- Maior dependência da mão de obra qualificada para garantir a correta proporção dos materiais
- Risco de variação na qualidade, especialmente se não houver controle adequado da mistura
- Necessidade obrigatória de adensamento manual ou mecânico, o que aumenta o tempo de execução
- Dependência de condições climáticas favoráveis, já que temperaturas muito altas ou chuvas podem comprometer o desempenho do concreto
- Dificuldade em garantir resistência elevada, especialmente em projetos mais complexos ou com maiores exigências estruturais
Onde é utilizado o concreto convencional
O concreto convencional é amplamente utilizado em diferentes tipos de obras, especialmente naquelas em que a logística de entrega de concreto usinado é inviável ou quando o projeto não exige resistências muito elevadas.
Aplicações mais comuns
- Fundações rasas, como sapatas e blocos de coroamento
- Vigas e pilares de pequenas edificações
- Lajes pré-moldadas e lajes maciças convencionais
- Pisos internos e externos
- Calçadas, muros e pequenas contenções
- Estruturas auxiliares, como muretas, bancadas e pequenas obras residenciais
Cuidados importantes na utilização
Para garantir que o concreto convencional atinja a resistência e durabilidade necessárias, alguns cuidados são essenciais:
- Realizar a dosagem correta dos materiais, preferencialmente seguindo as orientações de um profissional habilitado
- Misturar os materiais de forma homogênea, evitando pontos secos ou excesso de água
- Realizar o adensamento de forma eficiente, utilizando vibradores mecânicos sempre que possível
- Iniciar imediatamente o processo de cura, protegendo o concreto da perda excessiva de umidade
- Evitar a aplicação em dias de chuva forte ou sob sol muito intenso, que podem comprometer tanto a trabalhabilidade quanto a cura
Perguntas frequentes sobre concreto convencional
O concreto convencional é resistente?
A resistência do concreto convencional depende diretamente do traço utilizado e da execução correta.
Quando bem dosado e adensado, é capaz de atender às demandas estruturais de obras residenciais e pequenas edificações.
Concreto convencional e concreto usinado são a mesma coisa?
Não. O concreto convencional é produzido no canteiro de obras, enquanto o concreto usinado é fabricado em centrais dosadoras, com controle rigoroso de qualidade, e transportado até a obra em caminhões betoneira.
Precisa fazer cura no concreto convencional?
Sim. O processo de cura é indispensável para garantir que o concreto alcance sua resistência final e apresente boa durabilidade ao longo do tempo.
Pode usar concreto convencional em lajes?
Sim. É comum sua utilização em lajes de residências e construções de pequeno porte, desde que o projeto estrutural permita e que a execução seja feita de forma correta.
O concreto convencional permanece como uma das soluções mais utilizadas na construção civil, especialmente em projetos de pequeno e médio porte.
Sua produção no próprio canteiro oferece praticidade e custo reduzido, desde que sejam seguidos corretamente os procedimentos de dosagem, mistura, aplicação e cura.
Este material, quando bem executado, atende a diversas necessidades da construção, sempre respeitando as especificações do projeto e as orientações dos profissionais responsáveis.